terça-feira, junho 26, 2007

Impostos para quê?

Sai um comentário com um pires de tremoços?

Ele há coisas que transcendem a compreensão do mais simples dos mortais.
Eu sei que sou um simples não licenciado Português, o que por si só deveria ser uma definição de pessoa pouco inteligente, que não compreende os conceitos de macro-economia global, e como tal, ao contrário dos políticos iluminados da maioria dos países ditos desenvolvidos, não tem ao seu alcance a verdade crua e dura dos números.

Sou também uma pessoa cheia de preconceitos retrógados, vindos do século passado, relativos a uma sociedade justa e equalitária, em que as diferenças entre classes sejam as menores possíveis.

Com todas estas condicionantes, é normal que me custe a acreditar em outra coisa que não seja, que o Estado Republicano e Democrático em que supostamente vivemos, na sua função normal, deverá providenciar a todos os seus cidadãos, em pé de igualdade, tratamento semelhante e exigir da mesma forma, o respeito integral pelas Leis e convenções que são estabelecidas.

Dentro desse conjunto de parâmetros, e porque sou um cidadão respeitador das Leis do meu Estado supostamente Republicano e Democrático, com todas as contas e impostos em dia, cobrados mensalmente do meu valor a receber, não posso deixar de esperar que haja da parte desse mesmo Estado que eu mensalmente ajudo a subsistir, o mesmo tipo de comportamento para comigo e com os meus.

O que se passou nos ultimos anos em Portugal é a completa distorção desses factos e o total aniquilar de um Estado que permita aos cidadãos pensarem em Democracia ou sequer em Republica.

O que se passa actualmente, é que existem alguns elementos profissionais, escolhidos a dedo por alguns grupos de influência, com mais ou menos poder, que dividem entre si os louros de uma governação em que nada nem ninguém está livre do desrespeito por todas as regras Sociais.

Esta Oligarquia entende que a velha máxima segundo a qual o Estado deverá providenciar Saude e Educação gratuita aos seus cidadãos, não deve subsistir, simplesmente porque não é, nas suas palavras e nas dos seus grupos de influência "sustentável".

Nas palavras destes senhores, e por não ser sustentável, deverá obrigar-se ao pagamento de valores cada vez maiores na prestação de cuidados de saude, bem como no ensino.

Desta forma, o Estado poderá poupar dinheiro e conseguir a sustentabilidade dos sectores chave do próprio estado (entenda-se por sectores chave os que gastam mais dinheiro), podendo depois o Estado, com o dinheiro todo dos impostos, concentrar-se na sua real tarefa governativa, que é, como todos sabemos, distribuir riqueza pelos governantes e pelas empresas dos amigos dos governantes, ou que paguem mais aos governantes...

Estamos no rumo certo, vamos abdicar de tratar os Portugueses, vamos dificultar-lhes o acesso a médicos e as escolas, para que em breve consigamos competir com Singapura e com a Indonésia, no que respeita aos cidadãos com os melhores Sistemas Sociais.

Entretanto, porque o que interessa serão as médias, o nosso PIB per capita aumentará, porque os 10% de pessoas muito contentes com a situação económica do País, onde se inserem, por exemplo, as famílias dos Políticos e dos grandes grupos Económicos, não deixarão de ressaltar que a crise e as dificuldades não são para todos.

Poderemos ir de Lisboa a Madrid de TGV em uma hora, teremos um Aeroporto novo algures, que é o que realmente interessa, mas os Portugueses terão que pagar, além dos seus impostos, ainda mais taxas, para poderem ter os seus filhos a estudarem, e ainda mais taxas para tratarem dos seus problemas de saude.
É justo, sem dúvida!

quarta-feira, junho 20, 2007

Quase, quase PS

Sai um comentário com um pires de tremoços?
Estou decididamente quase a votar no Partido Socialista nas próximas Eleições Legislativas.

O trabalho deles é mais cosmético que outra coisa, do tipo que sabemos tudo o que o Governo faz, já que é tão pouco, e tão largamente mediatizado, que quase parece que cada fábrica que emprega 8 trabalhadores e abre em Paços das Cabras, Distrito da Covilhã, vai salvar o País da bancarrota.

Aplaudo no entanto o esforço para tentar dinamizar este marasmo, mais que não seja com os unicos e poucos recursos intelectuais que eles têm (vulgos um tico e um teco por ministro).

Não digo que não sejam maus e corruptos e altamente irresponsáveis com o meu dinheiro, mas até eu e o resto do País conseguirmos que alguma coisa tipo um tecnocracia evoluida consiga singrar como modelo, temos que levar com os menos maus de todos os outros piores.

As medidas deste Governo, apesar de muitas das vezes serem apenas para encher o olho, conseguem no entanto, quando bem aplicadas, fazer algo de bom, e por causa disso, eu e a minha família:

1- deixámos de ter urgências à noite no nosso Centro de Saúde, mas passámos a ter médico de família, com quem conseguimos marcar consulta em 2 dias, através das Unidades de Saude Familiares.

2 - a minha irmã, no 6º ano de scolaridade, pratica natação e tem aulas de educação fisica num pavilhão através de protocolos celebrados pelo agrupamento de escolas de que faz parte (passou também a haver transporte escolar e cantina).

3 - a minha filha que acabou de passar para o 8º ano nunca mais apanhou nenhuma gripe porque o professor de Português dela faltou e ela teve que brincar à chuva durante duas horas (agora fica fechada, entediada durante duas horas, mas ao menos sei que está na escola, chateada, mas onde eu sei que deveria estar).

4 - apesar de continuar a haver insegurança em muitos locais, noto que há mais polícias em algumas zonas da cidade, maioritariamente zonas comerciais, mas vejo com satisfação alguns "velhos" polícias a voltarem às ruas.

5 - há um sentimento de que as coisas não podem ser feitas às 3 pancadas nos meus contactos com os serviços publicos e está tudo mais rápido, menos burocrático, houve um esforço que se sente quando somos atendidos, algum cuidado diferente na forma como atendem os "cidadãos" que lhes pagam, não de todos, mas na maioria das pessoas que fazem atendimento ao público.

Continuo a pagar muitos impostos, mas vejo que apesar desse enorme esforço que me causa a mim e ao resto do País impossíveis constrangimentos, o País, com mais contas aldrabadas, ou menos contas aldrabadas, parece estar a recuperar a pouco e pouco.

Será da conjuntura Internacional? O Presidente Cavaco, génio financeiro também beneficiou dela, e conseguiu fazer coisas boas no seu governo, e é até bastante elogiado por isso...

Dizer que o PS, principalmente o actual, é o partido certo, seria uma mentira, porque eles são tão mentirosos, corruptos e no fundo, tão maus como os restantes... acho que o pior insulto que lhes posso oferecer é que são politicos profissionais, que se estão nas tintas para tudo, mas ao menos, fruto duma conjuntura favorável, ou não, atribuam a recuperação ao que quiserem, estamos a recuperar a Economia, lentamente, mas estamos.

Não consigo perceber algumas criticas, que interpõem que sim, que tem que se fazer sacrificios e cortar em muitas coisas, desde que não seja nas nossas coisas, ou em algum beneficio nosso.


Não percebo que o próprio Governo, que anuncia medidas espartanas para algumas coisas, não seja coerente quando se tratam de assuntos do próprio Governo.

Em todo o caso, e a continuar assim, mais escândalo menos escândalo, mais fotografia sorridente, menos roubo descarado, talvez troque o BE descolorido e também a tornar-se politicamente profissional, por este PS, não bom, não razoável, mas o menos mau de todos...

Para tal, assim que vir o primeiro funcionário público ser dispensado, por incompetência ou por pura não necessidade desse funcionário na Administração Pública, juro solenemente que voto PS.