segunda-feira, setembro 22, 2003

Notícias: Público igual a Privado, porque não?

Sai um comentário com um pires de tremoços?

O Governo anunciou que vai jogar com as mesmas regras no aparelho do Estado, com que as empresas jogam cá fora. Vêm aí greves a torto e a direito, porque como já vimos anteriormente, o Executivo não brinca e não cede, e os sindicatos vão querer demonstrar que ainda têm força decisória para serem ouvidos.

Só espero que o País não pare, por causa destas histórias.

Em todo o caso, e por muito Esquerdista que seja, acho que a medida é justa. Não é justo que quem entre para a Função Pública, por mais ineficiente, indulgente, pouco profissional ou mesmo irresponsável que seja não possa ser nunca despedido.

Como todos sabemos actualmente na função pública, está montado um negócio para as pessoas, que ao fim de 15 ou 20 anos se acham “donas” daquilo, e que mesmo nunca tendo sido promovidas (promoções por antiguidade, não por mérito? Só mesmo em Portugal), se dão ares de chefias, e que conhecem toda a gente, que chegam às 10 e saem às 3 sem nunca serem responsabilizadas por terem os utentes à espera, em certos serviços, durante meses a fio, enquanto certos estagiários e pessoas a recibos verdes trabalham que nem cães tentando ganhar um lugar na efectividade.

Conheço mesmo o caso de uma pessoa que trabalha pó Estado de borla há já 7 meses, depois de ter terminado o seu contrato e querendo a sua direcção contratá-lo definitivamente, não pode porque a Forreta Leite não deixa contratar ninguém.

No estado actual de coisas, já se viu que não funciona como deve ser, por isso todas as medidas para melhorar o sistema, controversas ou não devem ser vistas como tentativas para o alcançar do sucesso e de mais qualidade.

Como será óbvio, agora que a faca e o queijo mudam de mãos, deverá ser considerada a criação de uma entidade mais célere que o IDICT, ou que o Tribunal de Trabalho, para estabelecer regras, relativas às quais podem ser processados os Lay-off e os despedimentos.

Até agora, não há ninguém com poder decisório para aquilatar da eficiência real dos trabalhadores, e dos serviços, situação que gera o descontrolo que todos conhecemos, por isso esta medida só pode ser bem sucedida caso essa entidade seja criada, e sejam criados os procedimentos necessários em cada Ministério para avaliação homogénea e rigorosa das pessoas (sim, quisto de toda a gente ser excelente, não serve a ninguém, nem às próprias pessoas que são consideradas excelentes, que estão a ser enganadas com aumentos de categoria e de salários imerecidos).

Só tenho pena de não trabalhar no Estado. Já fui despedido de muitos sítios, mas nunca do Estado, seria uma experiência nova...

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