sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Filhos: e sobrinhos...

Sai um comentário com um pires de tremoços?

Nasceu ontem mais um elemento da minha família.
Sirenes, polícia, bombeiros e protecção civil, a família do Kru está-se a espalhar pelo Mundo impunemente.
Há pois é, ontem a minha irmã caçula teve o seu segundo rebento, a Bruna, por volta das 11 da noite.

Esta situação, apesar de feliz, ou melhor, muito feliz, coloca problemas lá em casa, principalmente ao meu Pai, que já não consegue sentar todos à mesa nas horas da refeição, sendo que ele já disse que vai tentar evitar convidar-nos a todos ao mesmo tempo para a mesma refeição, porque simplesmente não cabemos todos.

É giro como ainda ontem andava atrás de mim a foier-me o juízo e agora já é mãe de dois putos, e tem a vida dela.

Também é giro que às vezes ainda sinto falta dos meus pais, mas essa sensação, com a minha irmã, é diferente, não é de falta, é de complemento, porque se eu souber que ela está bem, eu estou bem também.
É estranho de explicar.

Mais uma criança que veio parar a este mundo, vamos fazer com que sinta feliz, vamos melhorar o mundo.
Deveria ser o suficiente para mudar tudo, não é?
Quando temos filhos parece que vai ser tudo diferente e que vamos conseguir alterar o rumo das coisas, esperamos que sim, mas depois desses momentos voltamos para o mundo cruel e impessoal, e volta tudo ao mesmo.

Mas isso não interessa, o que interessa é que a Bruna possa ser feliz, e vou fazer utdo para que isso aconteça, afinal é para isso que servem os tio, né?

Agora só falta sair a Laura da Bia e do B (parece que está para breve), a Marta da Joana e do João (ainda faltam uns mesitos), e o pequeno/a do Dias e da Paula (ainda falta um cadito também).

É tão giro que o Mundo não melhora, mas nós continuamos a insistir nos erros dos nossos pais e continuamos a trazer inocentes para tentarem sobreviver neste lamaçal.

Mas há sempre esperança de um futuro melhor, não é? Pois é!

O futuro, putos no espaço!! Efeitos de alucinações causadas por insónias puericulturais.


quinta-feira, fevereiro 12, 2004

Desporto: Jogo de nervos, Benfica-Nacional.

Sai um comentário com um pires de tremoços?
Ganhámos, foi por pouco, custou, sofremos como tudo, mas ganhámos.

Impressionante jogo de nervos, o de ontem no Estádio da Luz.

Começando pelo princípio, consegui ir retirar a minha filha ao externato mais cedo, para finalmente conseguir mostrar-lhe um jogo no novo Estádio da Luz.

Não fui o único, como pude constatar, haviam dezenas de putos acompanhados pelos pais, avôs, etc, e que estavam a gostar imenso daquilo.

Acho que o Desporto deve ser um tónico e um exemplo para as crianças, por forma a que todos consigam apreciar a totalidade do espectáculo, da festa, e no Futebol isso não é possível, porque tudo funciona à base da rentabilidade do negócio.

O ultimo jogo do SL Benfica que me lembro que foi à tarde, já deverá estar a fazer um ano, foi o da despedida do antigo Estádio da Luz.

De resto, a equipa joga sempre à noite, a tarde e a más horas para andar com putos pela rua.

Continuando, o jogo foi interessante de seguir, até mais ou menos ao golo do Nacional.

Ambas as equipas corriam em busca do golo, não havia grandes paragens, o árbitro nem era obrigado a apitar muito, estava a correr mais ou menos bem, apesar de o golo do Benfica tardar em aparecer.

Decisivo mais uma vez.


Depois aconteceu, uma gafe do Moreira, acho que é o culpado principal desta vez, e o Nacional a ganhar por 1-0.

O jogo acabou aqui.
Espectáculo, se é que houve, só voltou no fim do jogo.

A equipa do Nacional da Madeira demorava em média1 minuto para marcar um fora ou um canto (era preciso o árbitro perguntar quem ia marcar o lance, porque se posicionavam todos o mais afastados possível do local do lançamento ou do canto).

Sempre que os jogadores do Nacional sofriam falta, atiravam-se para o chão e obrigavam à entrada dos médicos e do carrinho, para no fim mal que chegavam fora das quatro linhas, se levantarem de um pulo (devia ser alergia ao relvado).
Tempo médio de paragem de jogo sempre que o Nacional sofria faltas: 2 minutos e meio a 3 minutos.

Sempre que os jogadores do Benfica conseguiam passar o meio campo com a bola controlada, era impressionante a quantidade de rasteiras, pontapés, empurrões, agarrões, etc, até que ou o árbitro marcava falta ou o jogador do Benfica se atirava para o chão.
Neste caso o árbitro tem grande culpa, porque permitia, como permitem todos os árbitros Portugueses, a falta miudinha, chata, repetitiva, que quebra o ritmo de jogo e obriga a sucessivas paragens, sem qualquer sanção disciplinar para quem faz este tipo de jogo.

Acho que se algum dia pudermos ter o privilégio de pedir a um árbitro Inglês para apitar um jogo da Liga Portuguesa, o jogo acaba antes do fim da primeira parte, porque uma das equipas já tem menos de 6 jogadores, porque os restantes foram expulsos por acumulação de amarelos.

É uma questão de cultura, ou de falta dela, os árbitros deveriam ser quem deveria defender o espectáculo, mas são quem mais o prejudica pela permissividade e incapacidade de se imporem, que demonstram jogo após jogo.

Adiante, brilhante mexida de Camacho na equipa, que à falta de cão caçou com gato, ou por outra, quem não tem ponta de lança, usa o Argel como avançado centro.

O gato que Camacho tirou da cartola.


Ouviram-se assobios, porque não se percebeu à primeira, que a jogada do Camacho era abrir a frente de ataque, e o Argel, apesar do seu jeito trapalhão, e da falta de sentido de posicionamento, vem ajudar imenso a abrir espaços nas alas e no meio, porque concentrou em cima de si o central que o Nacional estava a usar para as sobras das segundas bolas.

O jogo mudou então desde o minuto 80, com o Benfica a ter 3 ou 4 lances seguidos perigosos.

Estava eu e todo o Estádio convencidos de que ainda não seria desta vez que iríamos ao Jamor, quando Tiago tem aquele toque fantástico de peito e aquele chuto fenomenal.
E ainda estava a recolocar as cordas vocais no sitio, quando Sokota conseguiu, prái à quinta ou sexta vez que tentava aquilo, outro grande golo.

Resultado, saímos de lá, eu e a minha filha, e os outros perto de 25 mil espectadores (muito boa casa, para um jogo à tarde a um dia de semana), excitados e contentes com o fim do jogo.
Espectáculo, só no fim, mas valeu a pena esperar 86 minutos de sofrimento para assistir a uma reviravolta assim.

Apenas uma ultima achega, ao ir para casa, na fila da Avenida Lusíada, a ouvir a rádio Renascença, apenas pelos resultados, porque eles dizem tanta baboseira na rádio que até arrepia, tanta gente licenciada à procura de trabalho e põem analfabetos a relatar jogos.

Ora um comentador a dizer que era bom para o futebol Português haverem mais Nacionais e que essas equipas começassem a discutir o título Nacional de futebol.

Inteiramente de acordo para o facto de que deverá haver mais equipas a disputar o título, mas se olharem bem, o Campeonato Português já tem montes de equipas como o Nacional, sem desportivismo, cheias de fitas, sempre em busca de quezílias, e sem profissionalismo, porque se fossem profissionais contribuíam para o espectáculo.

O que interessa é que já estamos nas meias...

terça-feira, fevereiro 03, 2004

Multimédia: Master and Commander - Far side of the world.

Sai um comentário com um pires de tremoços?

Espectacular.
Muito fixe, é certo que já o fui ver fora de prazo, mas só me disseram que era a adaptação da obra do Patrick O’Brien aqui há uma semanita.

Desde essa altura que andava em pulgas para ver como ficava no ecrã o Doutor Stephen Maturin ou o grandioso Jack Aubrey.

O filme, bebendo do espírito extraordinário dos livros, é passado quase na totalidade no mar alto, com toda a vivência de um navio do Século XVIII muito bem retratada.

Tive pena, como tenho sempre pena nas supostas “adaptações” para cinema dos livros, que o guião original não tivesse sido usado.

Russel Prá frentex...!


Para quem já leu Capitão de Navio, a Fragata Surprise, ou Capitão de Mar e Guerra, foi fácil familiarizar-se com as personagens e com a história, mas para quem não faz ideia de quem são Jack, Killick, Stephen, Pullings ou qualquer um dos outros, acredito que tenha sido confuso até se perceber o que fazia um médico civil a bordo de um navio militar, assim como muitas das outras situações.

Ha, pois, e já agora, já vos tinham dito que o médico fransinito é na realidade um espião Inglês, apesar de na realidade, ter sangue Irlandês Católico, o mesmo que ainda anseia pela liberdade da sua terra natal do jugo Britânico Protestante, e que tem também um Castelo na Catalunha, herança de família, e que fomenta a revolta na Catalunha a favor dos Ingleses, contra a Coroa Espanhola, aliada dos Franceses?

E já agora, sabiam que Jack Aubrey, o comandante do Navio, é um marinheiro desde tenra idade, com um Pai General do Exército Inglês, mas que devido a vários infortúnios relacionados com a perca de atribuição de presas enquanto corsário da Amada Inglesa é um homem procurado pela Justiça Civil por dívidas?

É também um apaixonado por uma certa dama Inglesa chamada Sophie, apesar de amantizado de uma sua irmã, por quem também Stephen anda embeiçado.

É assim, muito consistentemente, que Patrick O’Brien caracteriza as suas personagens, para quem quiser ter o prazer de pegar num dos seus livros, encontra não só a alegria e a tristeza da vida a bordo do pequeno mundo de um navio, mas também um outro mundo, o do Século XVIII/ XIX, com os seus valores, crenças e tradições, e modos de vida, desde os Portos Ingleses, passando pelas Caraíbas, pelo Atlântico, Indico e pelo Mediterrâneo.

Muito bom o filme, original absoluto de O’Brien (a aventura do filme, não aparece em nenhum dos 3 livros editados em Portugal), e que aguça o apetite para mais.

Para quem quiser experimentar, dou realce à colecção completa com os três livros, numa promoção, que devo confessar, apenas a vi no El Corte Inglês, em que ficava muito barato o preço do conjunto de três aventuras.

Espero que gostem.