sexta-feira, julho 30, 2004

Desporto: Ó Vieira, volta pa Alverca, tás aperdoado...

Sai um comentário com um pires de tremoços?

Descubra as diferencas. Nao sao muitas.


Mas não há ninguém que pegue no Vieira e o devolva ao seu Alverca? Não há ninguém que se assuma como alternativa àquele gajo?

Agora o Sr. Luis Filipe Vieira, presidente acho que do Benfica, não sei se da SAD, se é que existe SAD, se é que existe alguma coisa, porque dinheiro para as acções foi entregue, mas colocá-las em bolsa para poderem ser transaccionadas, como acontece com todos os clubes, isso não, o valor poderia cair e o Benfica não podia continuar a vendê-las ao preço de 5 euros cada uma.

Entretanto, aquele senhor está desiludido com os Benfiquistas. Não encheram o estádio da Luz para o jogo com o Real, nem encheram o Estádio para a época.

Ora Sr. Vieira, os Benfiquistas estão desiludidos com o Benfica e com o Sr. Vieira, presidente não sei do quê!

E estamos desiludidos porquê? Primeiro porque duvidamos que o Sr. Vieira esteja no Benfica por interesse pelo clube, e cremos que seja por interesse pelo lucro. Além de não o considerar como verdadeiro Benfiquista, custa-me imenso ver alguém como o Sr. José Veiga, que por tantas vezes cuspiu na cara e no bom nome do Benfica, agora ser Presidente ou chefe do futebol, ou saiba-se lá o que é que ele é no Benfica.

E depois custa saber que as contratações do Benfica para esta época são o Da Silva, o Dos Santos, o Karadas, 7 gajos do Alverca e alguns putos, 2 brasileiros, alguns lesionados, comandados pelo ultra defensivo Trapalhoni, que assim que começa a ganhar um jogo enfia dois trincos e um central.

É com esses argumentos que se quer convencer alguém a ir ao Estádio? A saber que vai pagar caro, mas vai pagar para ver jogos de qualidade? No nosso novo estádio, bonito, mas construido sabe-se lá com que dinheiros, se pago ou se não pago, a crédito, a pronto, com dívidas, sem dívidas, não sabemos de nada.

O Benfica tem as contas em ordem? Não sabemos de nada?
O Benfica não deve nada a ninguém? Ninguém se queixa, mas quem as pagou?
O que é a TBZ no Benfica, que ninguém me consegue explicar?
Onde está o dinheiro dos contratos de Publicidade com a TBZ, com a Adidas, com a Sportinveste, com a Olivedesportos, com a PT, com a Centralcer, com a Media Markt, os acordos com a Câmara de Lisboa?
Qunto foi dado por cada um destes contratos? 10 milhões mais 1 milhão por ano por cada um?

Por essas contas e se contarmos todos os patrocínios, já não tinhamos passivo e já tinhamos pago o Estádio e já dava para o Sr. Vieira e o Sr. Veiga andarem a meter dinheiro ao bolso, a contratarem jogadores ao Alverca.

O Benfica está podre de novo, só serve para os interesses de alguns e parece que voltámos aos tempos do Souness e do Azevedo e dos empresários deles, só que desta vez não estamos a contratar cepos Ingleses, mas são parecidos, são cepos made in Alverca...

Volta pós Pneus, ó Vieirinha, e leva o Veiga contigo

quinta-feira, julho 29, 2004

Sociedade: Feira Medieval em Óbidos

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É estranho passear junto a muralhas, antigas como as raizes de Portugal, e ver ao nosso lado duas donzelas vestidas à moda de 1300. Um pouco mais adiante, somos presenteados por um coro de artesãs jovens que nos brindam com a sua bela voz, e os seus bonitos cânticos, que se misturam, conforme nos vamos afastando com os pregões dos vendedores ambulantes nas tendas de comércio.

Mouros, Judeus, Fidalgos e Mercadores, Nobres, Bobos e Artífices, Escravos, Soldados e Artesãos, de tudo isto se pôde ver na Vila de Óbidos, na feira Medieval.

Se conseguirmos alhear-nos dos telemóveis e das roupas modernas dos turistas por instantes, imaginamo-nos em Óbidos de há 800 anos, apenas com o senão de que nessa altura as ruas deveriam cheirar pior, porque não haviam esgotos na cidade, e a imperial não deveria ser tão cara, porque a 1,40 euros, quase vale mais a pena comprar garrafas de litro de cerveja.

Muitas tendas de venda, todas muito originais, este ano sem a originalidade que tratava de complicar tudo, que era a conversão do dinheiro em dinheiro da época, que era giro, mas complicava muito, porque as contas não eram certas, e haviam taxas de câmbios a cobrar, e todos se aproveitavam disso para colocar os preços em fasquias mais altas (os arredondamentos eram todos por alto e nunca por baixo).

Este ano, com a feira em €uros, conseguiu-se ver de tudo um pouco, a preços razoáveis, ele eram os vendedores de antiguidades, de tecidos, de calçado, de curiosidades, de decoração, e os vendedores dos artigos tradicionais de Óbidos, cerâmica, têxteis, rendas, filigranas e loiça, entre outros.

Muito gira, com extrema organização, muito bem estruturada, esta feira que transforma Óbidos num pólo de interesse extraordinário, pela forma como podemos conferir o que era uma feira há alguns séculos atrás, com muitas coisas giras para ver.

Realmente, o Oeste tem tudo para ter sucesso, porque a iniciativa está lá, os projectos pensam-se, organizam-se e concretizam-se, pelo que podemos considerar que a retorma do País só pode advir deste tipo de iniciativas que tentam “remar contra a maré” de pessimismo, deixarmos de nos considerar como uns coitadinhos e pensarmos em formas de podermos divulgar-nos, mostrarmos o de que melhor temos ao Mundo.

É por isso, se calhar, que Óbidos é o unico local, exceptuando talves a baixa de Lisboa, onde vejo os famosos Japoneses de Câmera em riste...

Obidos no seu melhor.


terça-feira, julho 27, 2004

Bubida: Festival da Cerveja no Castelo de São Jorge

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 Hai, que saudades das lourinhas....CERVEEEEEEEEEJA...!


Um titulo alternativo que eu tinha pensado era: “A construção da maior torre de copos de cerveja vazios”, mas como isso era muito grande, tive que me dedicar ao tema.

Finalmente, parece que nunca mais vinha, o melhor evento em Lisboa desde o Rock In Rio, e o Euro2004, é o Festival da Cerveja no Castelo.

Não sei porque lhe chamam festival, festival sugeria a ideia de vários tipos de cervejas em competição, umas marcas conta as outras, esta é melhor, a outra é mais fixe, etc, e tal, mas o que se passa é que a unica coisa que compete mesmo é a loura com a preta, e Bota SAGRES abaixo, venha mais uma, olhó pão com cebola, venha uma chouriça, bolas que já se foi a caneca, manda outra rodada, agora de pénalti, musica, siga, frango, já está?, quando vem a próxima rodada?, mais um pão com chouriço, cerveja, febras, pica-pau, molho, cerveja, chouriço, moelinhas, pão com cebola, massa, cerveja, SAGRES, Cerveja, hips, carne, pastéis de bacalhau, cerveja, prego à trindade, nojo de wcs, hips, cerveja, cerveja, birra em espanhol, olhás espanholitas, cerveja, torres, copos vazios, cerveja, musica, dança, cerveja, hips, olá Sr. Guarda, quê? Já são horas de fechar o estaminé? Bolas...

E assim se passa uma noite que acaba cedo, felizmente, porque depois de 3 ou 4 litros de cerveja uma pessoa já não está em si, mas no Castelo, como se anda muito para descer, fica-se logo bem.

segunda-feira, julho 26, 2004

Alcóol: Vinho no Bombarral.

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Como sempre, foi uma noite muito quente, a que foi passada no XXI Festival do vinho do Bombarral, neste passado Sábado.

Muito vinho, bom, sofrível e alguns maus, muita gente, não tanta como em anos anteriores, a crise toca todos os sectores, mas pareceu-me haver, como acontece todos os anos, um aumento de stands, os do vinho, praticamente os mesmos, mas mais alguns de outros tipos de negócios, que normalmente não estavam associados ao festival.

Creio que será uma tentativa de rentabilização de um dos melhores meios de divulgação da região Oeste e em especial do Bombarral, que faz com que todas as pequenas e médias empresas do Concelho queiram estar representadas.

Assim viam-se lá stands de fabricantes de portas, janelas, portadas, móveis no geral, rolhas de cortiça, rolhas de plástico, garrafas, garrafões, copos, t-shirts por medida, sofás, material informático, Karaoke, tapeçarias e artesanatos vários, em zonas específicas, separadas das provas e dos stands de vinho, prova duma muito boa organização, como tem vindo a ser apanágio ao longo dos anos.

Quanto ao que interessa mesmo, muito vinho bebi, provei, degustei, e posso recomendar-vos como boas compras, para não variar, Mundus Branco Seco, Rosé (bebe-se como sumo) e Tinto Reserva, excelente, todos da cooperativa da Vermelha.

Da casa, Monteparral branco, da Cooperativa do Bombarral, excelente, se for tão bom como o de pressão, é de chorar por mais, adocicado, mas sem ser em demasia, muito bom mesmo.

Navegante branco, já não me recordo bem de que cooperativa, ganhou o primeiro prémio dos brancos de mesa, excelente também...

Eu bem me queria lembrar de mais alguns, que eu comprei muitos, apesar dos preços já não serem tão atrativos como em anos passados, continua-se a comprar excelentes escolhas no Festival; mas aos poucos a unica coisa que vem vindo à cabeça é que a partir de certa altura, já não interessava que vinho era, que pareciam todos bons.

É por isso que geralmente eu compro sempre primeiro, dos que vou gostando, porque para o fim, já é água e parecem todos iguais.

Destaque para a excelente idéia, óptima mesmo neste tipo de Festivais, da Paixão seguros, que nos permitia saber o indice de alcoolémia no sangue, sendo que fiquei a saber que podia passar pela brigada da GNR sem ser incomodado.

Como sempre, excelente...
A repetir para os anos futuros.

sexta-feira, julho 23, 2004

Desporto: Os preços de cá e de lá!

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Foram conhecidos esta semana os preços para os cativos do Benfica, e pasme-se: estão ao triplo do que estavam aqui há dois anos, quando no antigo estádio, foram divulgados pela ultima vez.

Sim, leram bem, o triplo.
Tendo em conta que os aumentos salariais em Portugal no ultimos dois anos foram de vejamos, 0%?, e que a inflação durante os dois anos aumentou quase prái uns 6%?, como é possível que os preços de uns bilhetes para um espectáculo custem 200% mais?

É simples, coloca-se uma direcção à Portuguesa no cargo, passo a explicar: a direcção, desde que foi empossada, dispensou todos os colaboradores do Benfica, sendo que agora quem atende os sócios, pasme-se, são SEGURANÇAS, altamente rotinados na arte de vender bilhetes e cativos, e absolutamente bem-educados e eficientes (não que os empregados do Benfica fossem bem-educados ou eficientes, mas enfim).

Após despedir para poupar, a táctica seguinte foi aumentar os preços para ganhar mais.

A estes preços, infelizmente, os unicos cativos que acharia razoável comprar, considerando os preços absurdos, seriam os mais baratos, mesmo assim a 140 euros, 28 contos, só que teria de ver os jogos atrás da baliza.

Ora, dividindo 28 contos por 17 jogos, cada jogo fica-me em quase 2 contos. Ora como vou de Metro para o estádio, e geralmente bebo sempre uma cervejita antes de entrar, o total por jogo do Benfica seria mesmo de 10 euros por jogo.

Ver jogos atrás da baliza, muito sinceramente, é um excremento!!

Com 10 euros por jogo em casa, a 2 jogos em casa por mês, consigo pagar a SportTV. E já estou a lucar, porque assim vejo também os jogos do Sporting e do Porto, os Internacionais e etc.

Se formos a ver o lugar que interessava mesmo, central, linha de meio campo, porreirinho, ainda assim, não um dos mais caros, apenas de 340 euros, para 17 jogos, podemos concluir que cada jogo me ficaria em 20 euros, 4 contos.

Mas isto tá tudo parvo neste país. Por 4 contos, ainda há dois anos, um sócio via 4 jogos com equipas mija na escada, ou 2 clássicos.

Estão-me a pedir 4 contos para eu ir ver o Benfica-Estoril? Estão-me a pedir 4 contos para eu ir ver o Benfica-Penafiel, ou o Benfica-Rio Ave, ou o Benfica-Alverca?
Mas sou só eu que acho que estão a brincar, ou o ridiculo é tão grande que alguém acha estes preços justos?

Por quatro contos por 2 jogos por mês, não só já paguei a TVCabo e a SportTV, como ainda consigo comer umas 500g de  camarõezitos em cada jogo, junto com uma 6 pack de CarlsBerg (cerveja cara, atenção).

Isto é que vai ser vida boa este ano.
Ha pois é, já me esquecia, vou poupar também o dinheiro das cotas, isto é que o Benfica me vai dar alegrias este ano...

quinta-feira, julho 22, 2004

Livros: “O Rapaz Persa”, de Mary Renault

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Excelente, 5 estrelas.
Sou duvidoso para classificar este tipo de romances, históricos, uma vez que são dos que mais gosto ler, mas também dessa forma tenho lido muita porcaria e posso dizer-vos, meus caros amigos, que este livro transpira qualidade de escrita e amarra-nos do princípio ao fim, estasiante.
 
Ao contrário da maioria dos autores actuais, este livro não vem com 150 páginas, em fonte 15 com espaçamento duplo entre as  linhas e parágrafos a cada frase. Sendo uma grande excepção à regra, vem com mais de 500 páginas, numa para mim incómoda fonte 8?, muito apertadinha, que me cansa a vista por vezes, mas que me cansa a vista de prazer pelo que vou lendo.
 
Como muitas obras que tenho tido o gosto de ler, prende o leitor logo desde o início, com uma entrada imediata na acção, que faz no entanto prever uma descrição vaga e sucinta da história, com poucos detalhes e muita confusão, mas não é nada disso que acontece.
 
Cada personagem à sua vez, e numa forma muito subtil vai sendo caracterizada ao ponto de parecer algum tempo depois de iniciada a leitura, que os conhecemos como nossos amigos intímos desde quase sempre.
 
Enredada num contexto histórico absolutamente fascinante, explorando como nunca vi até hoje alguém explorar tão brilhantemente o carácter ficcionado das personagens, numa dedução lógica do que foram os relatos da sua vida, Mary Renault deixa-nos apaixonados pela relação de Alexandre com o Rapaz Persa, Bagoas, e depois destroça-nos com a morte do mesmo, depois de tanto ter conquistado, e depois de se ter apercebido que tanto lhe faltava ainda.
 
Imperdível, no meu entender, para quem gosta de histórias bem estruturadas e bem contadas.
 
Quando me “impingiram” o livro, pensei com os meus botões, mais uma história de Alexandre Magno, sem pés nem cabeça, por uma escritora de romances de cordel, mas o que vim a descobrir foi uma pérola numa concha, escrita por uma escritora especializada em pesquisa histórica, e conhecedora de todos os grandes clássicos, mas ao mesmo tempo, inovadora e moderna ao ponto de nos anos 60 não ter tido pejo em escrever este romance que explora e demonstra que, apesar de injustificáveis, desde sempre existiram a mutilação, a pedofilia, a bigamia e a homosexualidade.
 
Imperdível.  



quarta-feira, julho 21, 2004

Bubida: Feira do Vinho no Bombarral.

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Das melhores e mais bem organizadas feiras do nosso precioso licor Nacional, realiza-se desde o passado fim de semana na muy bonita vila do Bombarral.
 
Com um preço simbólico de acesso à prova dos vinhos, com a animação dos enólogos vestidos a rigor com os seus narizes vermelhos e batas cor de uva, o circuito das 3? Ou 6? Nunca sei bem quantas ruas são, geralmente ao fim duma rua fico “animadito”, mas acreditem em mim quando vos digo que é um espectáculo.
 
Vale a pena lá ir, nem que seja pela possibilidade de podermos comprar vinho, bom, daqueles que geralmente vemos darem fortunas por ele nos restaurantes, a preços mais ou menos simbólicos.

O vinho é bom companheiro, hips, o vinho é bom companheiro, hips....


 
Aproveitem o fim de semana e vão curtir para o Bombarral, a apenas 60 km de Lisboa pela A8.
 
Apenas um conselho, organizem-se para levar poucos condutores, por 2 razões apenas, as multas estão cada vez mais altas, e se calhar podem ter o azar de encontrar uma brigada logo à saida do festival, e pior ainda, anda muita gente a morrer por aí, sem necessidade nenhuma.
 
A ANCA, Associação Nacional dos Condutores Alcoolizados patrocina a seguinte mensagem: “Se for um sócio com as cotas em atraso há mais de seis meses, por favor beba muito e conduza! Mas no banco de trás, por favor!”.

terça-feira, julho 20, 2004

Euro2004: Oportunidade de Ouro, no fim da geração

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"O que significa ganhar um campeonato? 

O prazer que sentimos ao ganhar o que quer que seja, é a admiração e o
reconhecimento dos outros. Neste caso em particular, ambicionávamos o
reconhecimento desportivo por parte dos povos que por todo o mundo
acompanhavam o euro. 

Esse reconhecimento conseguiu-o a Grécia. A Grécia tem agora o que muitos
outros países, como a França, a Itália ou a Dinamarca já tinham, e que é
algo que está disponível de quatro em quatro anos para alguém ir buscar..
por exemplo nós próprios em 2008 na Suíça /Áustria, ou em 2006 na Alemanha. 

  E o que conseguiu Portugal com este euro? Conseguimos o reconhecimento de
todos os que nos visitaram e que se renderam à nossa hospitalidade, simpatia
e capacidade de realizar. Demos a conhecer a milhões de pessoas que nem
sabiam que existíamos que  somos capazes de organizar o melhor campeonato de
sempre. É tradição no encerramento dos Jogos Olímpicos que o comité olímpico
diga que aqueles foram os melhores jogos de sempre, mas essa tradição não
existe em Europeus ou Mundiais de futebol. Assim, as afirmações dos máximos
responsáveis da UEFA, e repetidas ontem, fazem todo o sentido e não são
palavras de circunstância. Este foi de facto o melhor europeu de sempre: o
que melhor recebeu os adeptos, o mais festejado, o mais assistido, o mais
seguro, o mais cordial. 

  Este foi o euro da amizade e do fair play. Este foi o euro em que os adeptos
das selecções derrotadas se renderam ao país anfitrião e adoptaram as suas
cores. 

  Este foi também o euro em que o país anfitrião chega à final como grande
favorito, já com a festa preparada e acaba por perder. As imagens que vão
passar amanhã pelas televisões de todo o mundo não serão imagens de adeptos
portugueses derrotados e despeitados a agredir os gregos vencedores. As
imagens que vão passar, são as dos adeptos portugueses, numa demonstração
inimaginável de fair play a festejarem com os gregos pelas ruas, fazendo
parte da vitória como se fosse sua. 

  Este reconhecimento de saber receber e de fair play vai chegar de todo o
mundo. Os campeões, esses ficam para as estatísticas como números. 

Nós vamos ficar na memória como uma nação incrivelmente tolerante e decente.
Este é um motivo de orgulho que mais ninguém no mundo pode ambicionar ter.
Imaginam os arrogantes franceses ou ingleses com esta manifestação de fair
play? Ainda na semana passada um grupo de portugueses foi agredido na
Holanda por festejar a vitória de Portugal. Aqui nós participamos na festa. 

Assim, apesar de naturalmente triste, sinto muito orgulho em todos nós. Não
ouvi ninguém atacar os jogadores ou os seleccionadores, ou o árbitro, como
era nosso hábito nas derrotas. Se calhar é porque no fundo sabemos que no
que interessa, não fomos derrotados. Acho que o nosso povo cresceu de forma
espantosa! 

Por isso, cabeça erguida e esperança no futuro. A partir de hoje o mundo
inteiro sabe onde fica Portugal, mas melhor do que isso, sabe que lá vive um
povo cheio de um nobre ilustre peito lusitano. 

Viva nós. "

 
Sim, mas a organização não era nossa, a 6 meses do início do campeonato a UEFA designou, os responsáveis para as áreas chave, a polícia foi treinada e acompanhada por Estrangeiros, quase não ganhámos nada em turismo, quem veio teve de pagar tanto por bilhetes que só pode dormir no Rossio ao relento, a Sociedade 2004, e todas as suas empresas associadas tiveram prejuizos astronómicos, entre muito mais "estórias" mal contadas.
 
Sim de novo, mas  também perdemos a melhor oportunidade que alguma vez vamos ter para afirmar que o Português também pode vencer, também sabe conquistar, também é ganhador, e não tem medo de se exceder em busca duma vitória.  
 
Assim, além de tudo demonstrámos que somos perdedores, como sempre, que nos contentamos com pouco, que não nos importamos em ser vencidos, que nem sequer queremos, ou almejamos objectivamente uma vitória...  
 
Perdemos uma oportunidade de ouro, se calhar a unica que alguma vez teremos, tudo porque entrámos em campo, adeptos, jogadores, técnicos, organizadores, convencidos, como entrámos no primeiro jogo de que não havia hipótese de perder apenas porque as estatísticas e as probabilidades eram a nosso favor....  
 
Nunca mais teremos outra coisa assim,
Nunca mais