quinta-feira, outubro 30, 2003

Filhos: Cabeçadas à Nuno Gomes

Sai um comentário com um pires de tremoços?

Esta era uma rubrica para ser inaugurada ontem, mas desde que a Olga descobriu as maravilhas do chat, que eu não me posso aproximar do computador.

Ele é marcar encontros, mandar fotos nua, pedir fotos de gajos nus, falar até às tantas da madrugada.
Eu compreenderia se se tratassem de mulheres, agora falar tanto tempo com homens, é parvoíce.

Ora, inaugurando esta rubrica está uma questão fundamental nas crianças de sempre, que é a resistência molecular da matéria vulgo encefálica, relativamente à matéria dura, vulgo pedra de chão.

Pega-se num puto de 15 meses, irrequieto, por exemplo o meu, junta-se-lhe um chão em pedra, daqueles à antiga, como por exemplo o de casa da ama dele, e depois diz-se-lhe que não pode ir para a varanda porque está frio.

Como é que vocês ficavam se vos dissessem, depois de já terem estado em casa o dia todo, que não podiam ir até à varanda, porque estava frio?
Reagiam mal, né?
O momento alto do dia, em que podemos ver umas garinas a passarem na rua, e dar uns assobios, e uns gritos daqueles do estilo: “Ó boooooooooooooooooa...”.
Então queriam tirar isto ao puto?

Ele passou-se, como seria normal, como eu me passaria, como vocês todos, estimado e por vezes excelente público fariam.
E que faz ele quando se passa?
Atira-se para o chão, abanando conpulsivamente a cabeça para baixo e para cima,
Algo que nós adultos fazemos muitas vezes, especialmente depois de pedirmos aumento ao chefe e ele se rir na nossa cara.

Acontece que com chãos de pedra, todo o cuidado é pouco. Não devemos abusar no abano da cabeça, ou incorremos no risco que incorreu o meu puto.

Conforme a superfície encefálica se aproximou demais da superfície rochosa, aquela lei fundamental da física foi aplicada: dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo (apesar de nalguns filmes porno eu já ter tido provas que isto não é bem assim, mas fica para a próxima), e o inevitável aconteceu.

Foi cus cornos ao chão.
Ele chorou, a ama chorou, foi buscar gelo, ele chorou outra vez porque aquilo é frio comó caneco, chorou outra vez, a ama desesperou, mas finalmente as coisas acalmaram-se.

A batata na cabeça dele deixou de crescer, apesar de lhe dar um aspecto bastante mitológico, ao velho e ancestral estilo do unicórnio.

E agora anda, com uma grande mancha na testa, inchada qb, com uma crosta descomunal, mas todo contente na mesma.
O bom das crianças nesta idade é que aconteça o que acontecer, enquanto der para correr e para saltar eles continuam na boa.

Vou proibir é o puto de ver televisão lá em casa.
Ele deve ter aprendido esta das cabeçadas com o Nuno Gomes.
Cabeçadas estratosféricas, com direcção e potência, só nos jogos do Benfica.
Por muito que me custe, vou ter de o proibir de ver jogos do Glorioso.
Embora eu ache mesmo que ele aprendeu isto ainda o ano passado, quando o Jardel marrava na bola (sim, que na altura foi encornado pela Karen e por metade da equipa do Sporting, departamento médico e roupeiros incluídos).

Cobri-lhe o galo com o cabelo para nao se notar nada.


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