quinta-feira, julho 29, 2004

Sociedade: Feira Medieval em Óbidos

Sai um comentário com um pires de tremoços?

É estranho passear junto a muralhas, antigas como as raizes de Portugal, e ver ao nosso lado duas donzelas vestidas à moda de 1300. Um pouco mais adiante, somos presenteados por um coro de artesãs jovens que nos brindam com a sua bela voz, e os seus bonitos cânticos, que se misturam, conforme nos vamos afastando com os pregões dos vendedores ambulantes nas tendas de comércio.

Mouros, Judeus, Fidalgos e Mercadores, Nobres, Bobos e Artífices, Escravos, Soldados e Artesãos, de tudo isto se pôde ver na Vila de Óbidos, na feira Medieval.

Se conseguirmos alhear-nos dos telemóveis e das roupas modernas dos turistas por instantes, imaginamo-nos em Óbidos de há 800 anos, apenas com o senão de que nessa altura as ruas deveriam cheirar pior, porque não haviam esgotos na cidade, e a imperial não deveria ser tão cara, porque a 1,40 euros, quase vale mais a pena comprar garrafas de litro de cerveja.

Muitas tendas de venda, todas muito originais, este ano sem a originalidade que tratava de complicar tudo, que era a conversão do dinheiro em dinheiro da época, que era giro, mas complicava muito, porque as contas não eram certas, e haviam taxas de câmbios a cobrar, e todos se aproveitavam disso para colocar os preços em fasquias mais altas (os arredondamentos eram todos por alto e nunca por baixo).

Este ano, com a feira em €uros, conseguiu-se ver de tudo um pouco, a preços razoáveis, ele eram os vendedores de antiguidades, de tecidos, de calçado, de curiosidades, de decoração, e os vendedores dos artigos tradicionais de Óbidos, cerâmica, têxteis, rendas, filigranas e loiça, entre outros.

Muito gira, com extrema organização, muito bem estruturada, esta feira que transforma Óbidos num pólo de interesse extraordinário, pela forma como podemos conferir o que era uma feira há alguns séculos atrás, com muitas coisas giras para ver.

Realmente, o Oeste tem tudo para ter sucesso, porque a iniciativa está lá, os projectos pensam-se, organizam-se e concretizam-se, pelo que podemos considerar que a retorma do País só pode advir deste tipo de iniciativas que tentam “remar contra a maré” de pessimismo, deixarmos de nos considerar como uns coitadinhos e pensarmos em formas de podermos divulgar-nos, mostrarmos o de que melhor temos ao Mundo.

É por isso, se calhar, que Óbidos é o unico local, exceptuando talves a baixa de Lisboa, onde vejo os famosos Japoneses de Câmera em riste...

Obidos no seu melhor.


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