segunda-feira, setembro 13, 2004

Sociedade: Crónica da semana.

Sai um comentário com um pires de tremoços?

Hoje apetece-me armar-me em Doutor, como aquele senhor da TVI, o Rabelo de Sousa, e vou pôr-me a despejar postas de pescada, como se fosse um entendido de tudo e conhecesse como ninguém todos os que são alguém.

Não é que eu não goste do Rabelo de Sousa, Marcelo, mas é que o se o homem tem opinião sobre tanta coisa, porque não as tenta colocar em causa, em vez de apenas criticar as más opções, e elogiar as boas?

É que eu também consigo fazer isso, aliás, faço-o frequentememente aqui no site do futuro.

Ora, esta semana o Sporting perdeu, o Porto empatou e o Benfica está quase em primeiro. Já não acontece há pelo menos 2 anos, o Benfica ficar em primeiro, se calhar, se ganharem para a semana pode ser que consigam.

A economia está a crescer, mas cada vez se ganha menos. Ora isto está aqui qualquer coisa que não está bem, até já nos chamam a Taiwan da Europa. Mas o Sr. Sant Ana dos Lopes, já veio dizer que não há dinheiro para aumentos. Mas há dinheiro para novos veículos de serviço, para cada acessor ter um motorista, para re-decorações de gabinetes, para contratar empresas de entrega de flores, para novos contratos militares, para gastar dinheiro a barrar barcos europeus de entrarem em águas Nacionais, recepções caras a membros estrangeiros e nacionais, etc.

O Bago Feliz vai hoje dar o seu primeiro discurso à Nação, mas já vem avisando nos jornais para os Portugueses se prepararem, que 2005 vai ser ano de vacas magras de novo, mas que promete que mais para a frente vamos recuperar tudo.

Também gosto dele, apesar das ideias um pouco direitistas de mais, e para já dou-lhe o benefício da dúvida, pode ser que se safe. Só não se vai safar porque diz que um aumento de 4%, assim como o disse o Santa Ana, é impensável, e que significa um aumento nas contas Públicas que se tornaria insuportável, para a recuperação económica do País.

Mas então porque é que cortam nos salários dos pequeninos e não cortam nas regalias dos directores, administradores, gestores e associados, que continuam a ter previlégios únicos como plafonds de cartões de crédito ilimitados, créditos de combustíveis à conta do Estado, créditos de viagens à conta do Estado, pagamentos de ajudas de custas, prémios e comissões de serviço, hotéis, estadias e férias trabalhadas, telemóveis e comunicações ilimitadas, etc.

Porque será que a maioria dos privados gosta de trabalhar, ou recorda com nostalgia os tempos em que trabalhou para o Estado?

Porque um dia destes, com tanta vaca magra, a vaca morre. E depois? É fácil os directores, administradores, gestores e associados vão morar para as Bahamas, Maldivas e Haway, enquanto os outros, os “lixados” ficam cá a sofrer as consequências das brincadeiras inconscientes deles.
De resto, o País continua muito assim, assim, como dizer, na mesma coisa do costume, muito trabalho e pouca motivação, por isso não se faz hoje, não se fez ontem, alguém há-de fazer amanhã.

E deixa andar, quando alguém chatear, a gente desenrasca.

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