sexta-feira, setembro 19, 2003

Multimédia: As duas torres, seca ou paixão?

Sai um comentário com um pires de tremoços?

Aluguei na quarta-feira o DVD das Duas Torres. E acabei de o ver só ontem, porque aquilo é um filme para durar e durar, e durar. É um pouco como o ler dos livros, que experimentei antes do primeiro filme sair.

Lá em casa, infelizmente para um gajo estar a ler descansado sem interrupções, só mesmo trancado na casa de banho, enquanto se faz o serviço do costume. Há já dois anos, estava cansado das literaturas populares, também conhecidas por “Gina” e “Jornal do Sexo”.

Estava-se a tornar penoso para mim, derivado dos calos nas mãos que tal leitura clássica me provocava.

Por recomendação do meu médico, e por causo dos calos, decidi então mudar um pouco e comecei a ler, um capítulo de cada vez, d’O Senhor dos Anéis, começando obviamente pela irmandade, apesar de toda a gente me recomendar ler primeiro o Hobbit, mas como sou teimoso, e o dinheiro não nasce das árvores, porque os livros são caros comó marisco, comecei pela Irmandade do Anel.

Foram dois meses, em que apesar de já não ter calos nas mãos, não sei porquê, ficava cheio de cãibras nas pernas, derivadas talvez da posição chata em que lia.

Continuei então com As duas Torres e com o Regresso do Rei, mas apesar do empolgamento que se vai gerando da história, as dores nas pernas foram aumentando.

Decidi consultar um médico que me recomendou deixar de ler livros na sanita, e começar a ver apenas os filmes, pelo que fiz mesmo isso, vi duas vezes no cinema a Irmandade e no Natal passado vi de novo duas vezes as Duas Torres.

Infelizmente, sempre que via os filmes no cinema, principalmente este ultimo, continuava com dores imensas já não só nas pernas, mas também agora nas costas e no pescoço, o que já me levava a pensar, também com a comparação do pessoal que saia do cinema todo torto como eu, que a apreciação da obra do Tolkien era prejudicial para a saúde.

Novamente consultando o meu médico, ele recomendou-me que deixasse de ler, e de apreciar a literatura, quer fosse empacotada em filmes, ou em livros, porque sofria de uma doença rara, chamada de disfunção Lusa Pós-adquirida de leitura, também conhecida por DLPAL. Esta doença, muito rara em Portugal, é quase desconhecida e é causada pela minha fome de leitura, algo bastante difícil de encontrar nos habitantes no nosso país, onde as telenovelas, os big brothers, os ídolos, as touradas e os jogos da bola são a cultura dominante.

Mas como eu insisti que, apesar da minha terceira classe incompleta, eu gostava muito de ler, ele então recomendou-me o mal menor e prescreveu-me duas “Ginas” por mês e um “Jornal do Sexo” por semana.

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